BIOLOGIA – PROFa: Cida Fernandes
Acompanhe o conteúdo, Interprete-o e responda as questões que estarão
disponíveis abaixo do conteúdo.
Esta atividade deve ser respondida no link de questionário até a data:
24/062020
IMUNIDADE DO NOSSO ORGANISMO E MICRORGANISMOS
A
vida na Terra começou de maneira microscópica e os organismos vivos foram se
adaptando e evoluindo diante de todas as transformações que ocorreram no
planeta. Por isso, hoje, desde os organismos mais simples até os mais
complexos, eles compartilham características como a capacidade de se reproduzir
e gerar hereditariedade. Esta última característica gerou a necessidade de
armazenamento dessas informações que são carreadas e, por isso, esses
organismos possuem uma organização celular com material genético.
Os
microrganismos (organismos vivos microscópicos) foram os primeiros organismos a
habitar a Terra. As bactérias estão em um Reino que se ramifica
em diferentes gêneros e espécies refletindo a existência de milhares de tipos
diferentes que apresentam uma heterogeneidade gigantesca. Por exemplo, algumas conseguem
resistir a condições que nós, humanos, não suportaríamos, como as temperaturas
superiores a 100°C. Os vírus também possuem uma vasta
heterogeneidade e conseguem suportar diferentes condições ambientais dependendo das
características de cada espécie. Por exemplo, vírus não envelopados suportam um pH
ácido,
enquanto que os vírus envelopados não suportam e são mais susceptíveis as condições
ambientais.
Os
microrganismos são classificados com menor ou maior nível de complexidade de
acordo com seu material genético. Entretanto, se considerarmos que esses
microrganismos continuam evoluindo e interagindo com outros organismos até
hoje, esse tipo de classificação pode ser equivocada. Muitos desses
microrganismos interagem com os seres humanos, seja de maneira positiva ou
negativa. Os microrganismos que interagem de forma positiva são, por exemplo,
os que compõem a chamada microbiota (conjunto de microrganismos associados a
tecido).
No
nosso trato digestivo há diversas bactérias que ajudam na digestão, convertendo
substâncias para uma forma na qual o corpo consegue absorver e, sendo assim,
existe uma extrema necessidade de contê-las no corpo. Esses microrganismos
também podem se associar de forma negativa quando há um desbalanço da
homeostasia do corpo humano. Com o desbalanço ficamos doentes, pois pode
ocorrer uma interação desses microrganismos com o nosso sistema de defesa,
chamado sistema imunológico, também conhecido como o exército de
soldadinhos protetores. Somando a resposta do sistema imunológico (que pode
variar de individuo para indivíduo), com os microrganismos e outros fatores
externos ocorrerá a doença.
Os
soldadinhos do sistema imunológico também são heterogêneos: existem
diferentes tipos de célula que compõem o sistema imunológico, que também vem
evoluindo ao longo do tempo. Há um sistema imunológico mais primitivo, mas não
por isso menos importante, chamado sistema imune inato. Esse sistema é composto
por diferentes células que são capazes de reconhecer os microrganismos, como os
patogênicos.
O
sistema imune inato reconhece moléculas padrões presentes nas bactérias assim
como moléculas padrões de fungos e de demais microrganismos. Essas células são
os macrófagos, dendríticas e neutrófilos entre outras. Estas são células mais
flácidas, que conseguem abraçar e capturar o patógeno por um mecanismos chamado
de fagocitose. Uma vez dentro da célula, eles podem ser digeridos por enzimas
provenientes de uma organela. Mas, não somente por essas enzimas, eles podem
ser eliminados por outros mecanismos como por espécies reativas de oxigênio
(ROS), ou também por outros componentes que possuem características
microbicidas.
As
células conseguem reconhecer esses patógenos através de receptores na sua
membrana, chamados receptores de reconhecimento de padrão (PRR), que reconhecem
porções dos patógenos que foram conservadas na luz da evolução. Essas porções
que são reconhecidas são chamadas de padrões moleculares associadas a patógenos
(PAMPs). A ativação dos PRRs pelos PAMPs resulta na ativação das células com
produção de mediadores inflamatórios e moléculas microbicidas. A ativação de
alguns PRRs pode levar fagocitose e, consequentemente, a eliminação do
microrganismo. Entretanto, novamente considerando o contexto de
constante evolução a que estão submetidos nas suas interações com seus
hospedeiros, sabemos que alguns microrganismos conseguem escapar dos mecanismos
microbicidas produzindo enzimas que degradam as proteínas que lhe causariam o
dano.
Mais
recentemente no processo evolutivo, modificações no material genético levaram a
geração de um novo tipo de receptor, mais específico contra pequenas
sequencias de aminoácidos chamadas de antígeno, deram origem ao sistema imune
adaptativo. Esse sistema, que apareceu pela primeira vez em
peixes mandibulados chamados Lampréias, é composto por dois tipos celulares: os linfócitos T e
os linfócitos B. Essas células são ativadas por algumas células da imunidade
inata através de um evento denominado apresentação de antígenos.
O linfócito T, ao reconhecer
especificamente um antígeno apresentado pela célula dendrítica numa condição
excelente, será ativado e produzirá substâncias que atuam nas células da
imunidade inata levando ao aumento na produção de compostos microbicidas,
ajudando na resposta imunológica. Por isso, os linfócitos T são considerados
células auxiliadoras.
Os linfócitos B são os
soldados conhecidos como produtores dos anticorpos, que ficam no organismo por
longos período de tempo. Em caso de re-infecção pelo mesmo patógeno, eles podem
atuar rapidamente. Uma das formas pela qual os anticorpos podem combater um
patógeno é através do mecanismo de opsonização. A opsonização consiste na
ligação do anticorpo à superfície do patógeno permitindo que células da
imunidade inata, ao reconhecer esses anticorpos, realize a fagocitose e elimine
o patógeno.
Como vimos, a
resposta imune envolve a ativação de muitas células que secretam muitas
substâncias que são microbicidas mas podem acabar por lesionar os tecidos do
hospedeiro. Com isso, há a necessidade do reparo tecidual. A resolução da
inflamação ocorre no final da resposta imune e é realizada por alguns tipos de
células, tanto da imunidade inata como da imunidade adaptativa, que são uma
subpopulação específica dos macrófagos (chamados de M2) células reguladoras,
respectivamente. Essas são células capazes de secretar substâncias que
auxiliam na cicatrização, reconstituindo os tecidos lesionados e levando o
corpo de volta à uma condição de homeostasia após a batalha contra o patógeno.
A vida dos
soldadinhos não é fácil, é uma constante batalha para nos proteger. Mas,
existem maneiras de ajudarmos. Com uma boa alimentação, higiene e cuidado,
conseguimos ajudar nosso corpo no combate. Uma boa alimentação e um exercício
físico são indispensáveis para uma vida melhor, com batalhas menores e com mais
tempo para se divertir, brincar e ser feliz!
Fontes:
FLAJNIK, M., & DUPASQUIER, L. (2004). Evolution of innate and adaptive immunity: can we draw a line? Trends in Immunology, 25(12), 640–644. http://doi.org/10.1016/j.it.2004.10.001
FLAJNIK, M., & DUPASQUIER, L. (2004). Evolution of innate and adaptive immunity: can we draw a line? Trends in Immunology, 25(12), 640–644. http://doi.org/10.1016/j.it.2004.10.001
O linfócito T, ao reconhecer
especificamente um antígeno apresentado pela célula dendrítica numa condição
excelente, será ativado e produzirá substâncias que atuam nas células da imunidade
inata levando ao aumento na produção de compostos microbicidas, ajudando na
resposta imunológica. Por isso, os linfócitos T são considerados células
auxiliadoras. Os linfócitos B são os soldados conhecidos como
produtores dos anticorpos, que ficam no organismo por longos período de tempo.
Em caso de re-infecção pelo mesmo patógeno, eles podem atuar rapidamente. Uma
das formas pela qual os anticorpos podem combater um patógeno é através do
mecanismo de opsonização.
A opsonização
consiste na ligação do anticorpo à superfície do patógeno permitindo que
células da imunidade inata, ao reconhecer esses anticorpos, realize a
fagocitose e elimine o patógeno.
Como vimos, a
resposta imune envolve a ativação de muitas células que secretam muitas
substâncias que são microbicidas mas podem acabar por lesionar os tecidos do
hospedeiro. Com isso, há a necessidade do reparo tecidual. A resolução da
inflamação ocorre no final da resposta imune e é realizada por alguns tipos de
células, tanto da imunidade inata como da imunidade adaptativa, que são uma
subpopulação específica dos macrófagos (chamados de M2) células reguladoras,
respectivamente. Essas são células capazes de secretar substâncias que auxiliam
na cicatrização, reconstituindo os tecidos lesionados e levando o corpo de
volta à uma condição de homeostasia após a batalha contra o patógeno.
A vida dos
soldadinhos não é fácil, é uma constante batalha para nos proteger. Mas,
existem maneiras de ajudarmos. Com uma boa alimentação, higiene e cuidado,
conseguimos ajudar nosso corpo no combate. Uma boa alimentação e um exercício
físico são indispensáveis para uma vida melhor, com batalhas menores e com mais
tempo para se divertir, brincar e ser feliz!
Fontes:
FLAJNIK, M., & DUPASQUIER, L. (2004). Evolution of innate and adaptive immunity: can we draw a line? Trends in Immunology, 25(12), 640–644. http://doi.org/10.1016/j.it.2004.10.001
FLAJNIK, M., & DUPASQUIER, L. (2004). Evolution of innate and adaptive immunity: can we draw a line? Trends in Immunology, 25(12), 640–644. http://doi.org/10.1016/j.it.2004.10.001
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