A origem da vida
Abiogênese e biogênese
Diversos pesquisadores
tentaram explicar o fenômeno ao longo da nossa história, alguns com teorias
falhas e facilmente refutadas e outros com teorias mais conscientes
Abiogênese
A teoria da abiogênese ou teoria da geração espontânea explica a origem da vida a partir da matéria
bruta, ou seja, de uma matéria sem vida. Um dos exemplos clássicos dessa teoria
é a crença de que camisas sujas poderiam dar origem a ratos. Outro exemplo é o
lodo dos rios, que poderia dar origem à alguns anfíbios e répteis.
Essa teoria era
aceita até meados do século XIX e representava o pensamento em uma época que
poucos recursos tecnológicos existiam.
Até esse
momento não se tinha conhecimento de células, gametas e, muito menos, de
mecanismos evolutivos e genéticos.
Biogênese
A teoria da
biogênese, surgiu para
contrapor a ideia de que a matéria bruta poderia originar um novo ser.
A biogênese,
todos os seres vivos são originados de outros seres vivos preexistentes, ou seja, um rato não pode
nascer a não ser de outro rato.
Espécies de
anfíbios e répteis só podem nascer de espécies preexistentes desses animais.
Diversos pesquisadores dedicaram anos de estudo para a compreensão
dessa questão.
Os estudos
mais marcantes realizados para explicar a biogênese foram feitos por Francesco Redi e Pasteur.
FRANCISCO REDI- cientista
italiano, foi um dos primeiros biogenistas a questionar a teoria da geração
espontânea.
Em seu
experimento, Redi colocou pedaços de carne em dois frascos abertos,
cobrindo um deles com uma fina camada de gaze.
Após instantes da preparação, analisou
que os dois frascos ficaram rodeados por moscas, mas elas só podiam pousar no
pedaço de carne contido no frasco descoberto.
Após alguns
dias, com a matéria orgânica decomposta, notou o surgimento de larvas apenas no frasco aberto, concluindo,
então, que as larvas surgiram do desenvolvimento de ovos
colocados pelas moscas, e não da carne em putrefação, dotada de fonte de
vida.
A carne
somente contribuía com um meio propício para atração de moscas, deposição de
ovos e eclosão de larvas.
Com esse teste, Redi provou que a vida não surge espontaneamente
em qualquer circunstância, atestando que a vida somente se origina de outro ser
vivente.
Louis Pasteur
Louis Pasteur em 1861, através de um
experimento, conseguiu demonstrar o erro na teoria abiogenistas, ou seja, a
origem da vida somente é possível a partir da matéria viva, de um ser vivo
preexistente.
No experimento, Pasteur adicionou um caldo
nutritivo a um balão de vidro com gargalo alongado. Em seguida aqueceu o
gargalo, imprimindo a esse um formato de tubo curvo (pescoço de cisne).
Através
de fervura do caldo, submetendo-o a uma temperatura até o estado estéril
(ausência de micro-organismo), permitindo que o caldo tivesse contato com o ar.
Depois da fervura, deixando o balão em repouso por
muito tempo, percebeu que o líquido permanecia estéril. Isso foi possível por
causa do empecilho físico, causado pela sinuosidade do gargalo. E as partículas
de impureza e micro-organismos às gotículas de água formadas na superfície
interna do gargalo durante a condensação do vapor, emitido pelo aquecimento e resfriado
quando em repouso.
Depois de alguns dias, ao verificar a não
contaminação, Pasteur quebrou o gargalo, expondo o caldo inerte aos
micro-organismos suspensos no ar, favorecendo condições adequadas para a
proliferação de germes.
Louis Pasteur contribuiu para o fim do equívoco abiogenista, e também desenvolveu, a partir da aplicação do aquecimento e resfriamento simultâneo, a técnica de pasteurização largamente utilizada para conservação dos alimentos.
Louis Pasteur enfatizava a importância de práticas
higiênicas como: ferver ou filtrar a água, lavar e armazenar adequadamente os
alimentos, evitando a contaminação por bactérias patogênicas.
A partir
desses experimentos, a teoria da abiogênese caiu em descrédito e a biogênese
foi aceita pelos cientistas. Entretanto,
apesar de sabermos que um ser vivo surge de outro, a biogênese não explica o
surgimento do primeiro ser vivo.
Criacionismo
De acordo com
o criacionismo, todos os seres
vivos surgiram na Terra por meio de uma criação Divina.
Isto é: Deus
criou todos os seres vivos, incluindo os seres humanos, como está relatado na
Bíblia.
É uma das mais
antigas ideias, e até hoje é aceita por muitos fiéis em torno de todo o planeta
A
questão sobre as origens do homem é discutida, na filosofia, religião e ciência e
ocorrem diferentes concepções sobre a
existência da vida humana e, implicitamente, por que somos o único espécime
dotado de características que nos diferenciam do restante dos animais.
Desde
as primeiras manifestações mítico-religiosas o homem busca resposta para essa
questão. A teoria criacionista é a que tem maior aceitação. Ao mesmo tempo, ao contrário do que muitos
pensam, as diferentes religiões do mundo elaboraram uma versão própria da
teoria criacionista.
A mitologia
grega atribui a origem do homem ao feito dos titãs Epimeteu e Prometeu. Epimeteu
teria criado os homens sem vida, imperfeitos e feitos a partir de um molde de
barro. Por compaixão, seu irmão Prometeu resolveu roubar o fogo do deus Vulcano para
dar vida à raça humana. Já a mitologia chinesa atribui a criação da raça humana
à solidão da deusa Nu Wa, que, ao perceber sua sombra sob as ondas de um
rio, resolveu criar seres à sua semelhança.
O cristianismo adota a Bíblia como
fonte explicativa sobre a criação do homem. Segundo a narrativa bíblica, o
homem foi concebido depois que Deus criou céus e Terra.
Também
feito a partir do barro, o homem teria ganhado vida quando Deus assoprou o fôlego
da vida em suas narinas.
Outras
religiões contemporâneas e antigas formulam outras explicações. Sendo um tema
polêmico e inacabado, a origem do homem ainda será uma delicada questão capaz
de se desdobrar em outros debates.
É uma hipótese que afirma que a vida no planeta pode ter
sido iniciada com base em partículas da vida que chegaram à Terra através do
espaço.
O filósofo grego Anaxágoras, existiam sementes
da vida em todo
o Universo.
Desse modo, a vida pode não ter sido
originada aqui, e sim ter chegado ao planeta depois.
Químicos Thenard, Vauquelin e Berzelius no século XIX descobriram compostos orgânicos em
amostras de um meteorito.
Em 1871, o físico William Thomson propôs que
meteoros ou asteroides, ao colidirem com planetas que continham vida, poderiam
ter ejetado rochas contendo seres vivos.
Assim, rochas contendo vida podem ter trazido ou
colaborado com a origem da vida na Terra.
Fragmentos do meteorito Murchison, contêm mais de 80 aminoácidos diferentes.
Além disso,
esses fragmentos, que caíram na Austrália em 1969, contêm, além de aminoácidos, outras
moléculas orgânicas fundamentais.
Os cientistas Oparin e Haldane sobre
origem da vida. Propuseram que a atmosfera primitiva da Terra apresentava
compostos que sofreram a ação de raios e da radiação ultravioleta, dando
origem a moléculas simples.
Essas
moléculas orgânicas ficavam nos oceanos primitivos, formando uma espécie de
“sopa primitiva”.
De acordo com os pesquisadores, a atmosfera primitiva terrestre
era composta basicamente por amônia, hidrogênio, metano e vapor d'água.
O vapor
d'água da atmosfera condensava-se e dava origem a chuvas. A água,
ao cair no solo, evaporava-se rapidamente, uma vez que a superfície terrestre
ainda era quente, dando início, desse modo, a um ciclo de chuvas.
Nesse cenário
observava-se ainda descargas elétricas e a radiação ultravioleta do
Sol, que fazia com que os elementos atmosféricos reagissem
e formassem compostos, os aminoácidos.
A água das
chuvas levou esses aminoácidos à
superfície terrestre. Esses, ao encontrarem condições favoráveis, começaram a formar estruturas
semelhantes a proteínas.
Com a formação
dos oceanos, essas “proteínas primitivas” foram arrastadas para esses locais e
formaram os coacervados, os
quais podem ser definidos como agregados de proteínas rodeados por água.
Após algum
tempo, esses coacervados tornaram-se estáveis e mais complexos.
A ideia de Oparin-Haldane foi posteriormente testada pelos
pesquisadores Miller e Urey, em 1953.
Eles criaram um experimento em que foi possível simular as condições da Terra primitiva.
Eles foram capazes de produzir aminoácidos e
outros compostos orgânicos.
Concluíram que moléculas orgânicas podiam ser
geradas de maneira espontânea em condições equivalentes às da Terra primitiva.
Entretanto,
posteriormente, descobriu-se que a atmosfera primitiva provavelmente não era um
ambiente como o sugerido por Oparin e Haldane.
Ainda assim,
mesmo considerando as novas descobertas para as
características da atmosfera da Terra primitiva, foi possível produzir
moléculas orgânicas.
Pode se dizer que a atmosfera primitiva poderia ser redutora em
pequenas porções, como aquelas perto de aberturas de vulcões.
Experimentos realizados nessas
condições também geraram aminoácidos.
Alimentação do
primeiro ser vivo: hipóteses autotrófica e heterotrófica
O primeiro ser vivo era autotrófico ou heterotrófico, sendo
possível observar muita discordância entre os autores de livros didáticos nesse
sentido.
Duas
hipóteses:
·
Hipótese heterotrófica: afirma que o primeiro ser
vivo não era capaz de produzir seu próprio alimento.
·
Desse modo, esses primeiros seres alimentavam-se de moléculas
orgânicas que estavam presentes no meio.
·
Os que defendem essa ideia afirmam que os seres vivos primitivos
seriam muito simples e incapazes de produzir seu próprio alimento.
·
Provavelmente esses
organismos extraiam energia dos alimentos por meio da realização da
fermentação.
·
Hipótese autotrófica: Afirma que os
primeiros seres vivos eram capazes de produzir seu próprio alimento.
·
Alguns autores acreditam nessa
ideia que a Terra não possuía moléculas orgânicas suficientes para alimentar
esses primeiros seres.
·
Talvez seja provável que os
primeiros organismos conseguiram obter seu alimento pelo processo de
quimiossíntese, que não necessita de energia luminosa, como a fotossíntese. Na quimiossíntese os seres vivos produzem
moléculas orgânicas utilizando a energia química proveniente de compostos
inorgânicos.
Link para o vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=bCdKLorVxHg
Nenhum comentário:
Postar um comentário