LAMARCK- DARWIM E ESPECIAÇÃO -ESCOLA JOÃO LUIZ DE GODOY MOREIRA- E.M. 3ª SÉRIES A, B, C, D. -SEMANA DE 23 DE NOVEMBRO A 27 DE NOVEMBRO
Teorias da Evolução:
Lamarck e Darwin
Lamarck Jean-Baptiste Lamarck era um botânico reconhecido e colaborador no Museu de História Natural de Paris..
Lamarck defendia a evolução como causa da variabilidade, mas admitia a geração
espontânea das formas mais simples. Observando os seres vivos à sua volta,
Lamarck considerava que, por exemplo, o desenvolvimento da membrana
interdigital de alguns vertebrados aquáticos era devido ao esforço que estes
faziam para se deslocar na água.
Assim, as alterações dos indivíduos
de uma dada espécie eram explicadas por uma ação do meio, pois os organismos,
passando a viver em condições diferentes iriam sofrer alterações das suas
características.
Lamarck afirmava que ao fazerem força para alcançar alimento em árvores altas,
as girafas esticavam seu pescoço e com o tempo os pescoços ficavam mais
compridos. Essa característica é passada às gerações seguintes, que nascem
gradativamente com o pescoço mais comprido. Atualmente, essa ideia de Lamarck é
rejeitada.
A lei da transformação das espécies considera que o ambiente afeta a forma e a
organização dos animais, de tal modo que quando o ambiente se altera, no
decorrer do tempo, produz modificações correspondentes na forma do animal.
Essa lei utiliza o princípio do uso e
desuso, considerando que o uso de um dado órgão leva ao seu desenvolvimento e o
desuso conduz a sua atrofia e, eventual, desaparecimento.
Todas estas modificações seriam depois
transmitidas às gerações seguintes – lei da transmissão dos caracteres
adquiridos. Assim, os filhos de um homem moreno pela exposição ao sol nasceriam
com a pele mais escura; o filho de um atleta com músculos desenvolvidos
adquiriria, por sua vez, melhor estrutura muscular.
Sobre a teoria da transmissão dos caracteres adquiridos, Lamarck estava errado.
De fato, o ambiente provoca mudanças de fenótipo nos organismos, porém foi
comprovado experimentalmente que as mudanças adquiridas não passam à prole.
Em resumo, o mecanismo evolutivo
proposto por Lamarck considera que as variações do meio ambiente levam o
indivíduo a sentir necessidade de se adaptar; a lei do uso e desuso; e a lei da
transmissão dos caracteres adquiridos.
Alguns aspectos desta teoria são válidos
e comprováveis como o caso do uso e desuso de estruturas. Sabe-se que a
atividade física desenvolve os músculos e que um organismo sujeito a infecções
desenvolve imunidade. Do mesmo modo, uma pessoa que fique paralisada, sofre
atrofia dos membros que não utiliza.
Denomina-se como neo-lamarckistas aqueles que defendem que o meio realmente
modela o organismo. A teoria de Lamarck foi um importante marco na história da
Biologia, mas não foi capaz de explicar o mecanismo da evolução.
Darwin
O inglês Charles Darwin, biólogo, tinha um enorme interesse na natureza. Ele
viajou por 5 anos (1831-1836) no navio cartográfico Beagle, na época tinha
apenas 22 anos, numa expedição ao redor do mundo.
Nessa viagem, Darwin reuniu uma
imensa quantidade de informações, além do material biológico coletado em suas
observações e pesquisas; decisivos para elaboração de suas ideias sobre o mecanismo
da evolução e a origem das espécies.
Seis anos, foi o tempo que Darwin levou para classificar e organizar os dados
de sua viagem. Baseou-se em um ensaio de Thomas Malthus, Principles of
population, de 1838, para junto com seus dados elaborar a teoria da seleção
natural. Contudo, Darwin demorou a publicar sua teoria, pois temia o impacto
que poderia causar, já que a época era muito influenciada pela religião e
conceitos fixistas.
Em 1858, recebeu uma inesperada carta do
naturalista Alfred Russel Wallace, que descrevia ideias sobre a evolução muito
parecidas com as suas. Darwin levou um choque e, publicou A origem das espécies
(que descrevia a teoria da seleção natural) em 1859, um ano depois do trabalho
de Wallace ter sido apresentado.
A seleção natural proposta por Darwin considera que os organismos vivos têm
grande capacidade de reprodução, portanto cada população tem tendência para
crescer exponencialmente, se o meio o permitir, levando à superprodução de
descendentes.
Quando o meio não suporta tantos
descendentes desencadeia-se uma luta pela sobrevivência entre os membros da
população.
Com isso, poucos indivíduos chegam à idade de
procriação, já que a quantidade de alimento existente no ambiente é limitada.
Outro fator considerado é a
existência de variações hereditárias dentro de um mesmo grupo. Essas variações
podem ser transmitidas aos descendentes.
Os indivíduos com caracteres que lhes confiram
uma vantagem competitiva num dado meio e tempo são mantidos por seleção e
produzem mais descendentes, enquanto os restantes são eliminados, não se
reproduzindo.
Assim sobrevivem os mais aptos. Esse
fator é denominado reprodução diferencial.
Por reprodução diferencial, as
características da população vão mudando num espaço de tempo mais ou menos
alargado. Dessa forma, cada geração ficará sucessivamente mais adaptada às
condições do ambiente.
A teoria de Darwin considera que o ambiente faz uma escolha dos indivíduos.
Para Darwin as forças responsáveis pela
variação e pela seleção são diferentes, sendo que a variação ocorre ao acaso,
sem qualquer orientação evolutiva, enquanto a seleção muda a população
conferindo maior êxito reprodutivo às variantes vantajosas.
Para Darwin, os ancestrais das girafas, de acordo com o documentário fóssil,
tinham pescoço mais curto. O comprimento do pescoço variava entre os indivíduos
das antigas populações de girafas. Essa variação era de natureza hereditária.
O tamanho do pescoço dos ancestrais da girafa variava, sendo que alguns eram
compridos e outros, mais curtos. Os animais de pescoço longo alcançavam as
folhas mais altas das árvores e levavam vantagem para se alimentar. Por isso,
tinham mais chances de sobreviver e deixar descendentes.
A seleção natural privilegiou os
indivíduos de pescoço mais comprido durante milhares de gerações, e é
responsável pelo pescoço longo das girafas atuais.
Esse processo pressupõe a existência
de variabilidade entre organismos de uma mesma espécie (variabilidade entre as
girafas).
A mortalidade foi maior entre os
indivíduos menos adaptados ao meio, pelo processo de escolha ou seleção
natural, restando apenas as girafas que melhor se adaptaram ao ambiente.
As mutações e a recombinação gênica são as duas importantes fontes de
variabilidade.
Essa variabilidade pode permitir que
os indivíduos se adaptem ao ambiente.
Isolamento
geográfico
O isolamento
geográfico consiste na separação de uma população por uma
barreira geográfica, formando assim subpopulações.
A barreira geográfica pode ser um
rio, uma montanha ou um cânion, por exemplo.
As subpopulações começam a sofrer diferentes pressões e
consequentemente os genes selecionados em uma subpopulação serão diferentes da
outra subpopulação.
Em virtude da barreira geográfica, as duas subpopulações
ficarão impedidas de cruzar e as diferenças entre elas ficarão cada vez mais
acentuadas. Surgindo assim as subespécies.
Com o tempo estas subespécies podem ficar tão diferentes
umas das outras que se torna impossível a reprodução entre elas.
Quando isso acontece temos o isolamento reprodutivo e,
consequentemente, o surgimento de novas espécies.
O conceito de espécie mais aceito é o de Ernst Mayr, que
diz que espécie é um conjunto de populações em que os indivíduos são capazes de
cruzar e se reproduzir, produzindo descendentes férteis.
O processo que leva
ao surgimento de novas espécies é denominado especiação.
Quando a especiação ocorre em razão de um isolamento
geográfico, denominamos de especiação alopátrica.
Um exemplo muito conhecido deste tipo de especiação é o
dos tentilhões das Ilhas Galápagos.
Nas Ilhas ocorrem cerca de 14 espécies de tentilhões e cada um apresenta um bico diferente, especializado à sua alimentação. Acredita-se que essas espécies apresentavam um ancestral comum e estes indivíduos migraram para as diferentes ilhas, isolando-se e impedindo o fluxo gênico.
Outro exemplo de especiação alopátrica a seguir-
Exemplo de especiação alopátrica (Foto: USP)
SIMPÁTRICA
A especiação simpátrica
diferencia-se da alopátrica pela ausência da separação geográfica.
Nessa especiação, duas populações
de uma mesma espécie vivem na mesma área, mas não há cruzamento entre as
mesmas, resultando em diferenças que levarão à especiação, ou seja, a uma nova
espécie.
Isso pode ocorrer pelo fato de os
indivíduos explorarem outros nichos, como insetos herbívoros que experimentam
uma nova planta hospedeira.
Moscas que vivem no
mesmo local, mas se alimentam de frutos diferentes. (Foto: USP)
PARAPÁTRICA
A especiação parapátrica ocorre em
duas populações da mesma espécie que também não possuem nenhuma barreira
física, mas sim uma barreira ao fluxo gênico (migração de genes) entre as
espécies.
É uma população contínua, mas que
não se cruza aleatoriamente, caso tenha o intercruzamento, o resultado são
descendentes híbridos.
Um exemplo dessa especiação é o
caso das gramíneas Anthoxanthum, que se diferenciou por certas espécies estarem
fixadas em um substrato contaminado com metais pesados.
Dessa forma, houve a seleção natural para esses indivíduos, que foram se
adaptando para genótipos tolerantes a esses metais pesados.
Ao longo prazo, essas espécies foram
adquirindo características diferentes, como a mudança de floração
impossibilitando o cruzamento, acabando com o fluxo gênico entre esses grupos.
Espécie de gramínea à
esquerda em um solo não contaminado e à direita, contaminada por metais pesados
(Foto: USP)
Clique nos botões para responder o questionário referentes ao conteúdo
Nenhum comentário:
Postar um comentário